Hospitalidade dará visibilidade
18/11/2010
Homem apaixonado pelo tema da hospitalidade e seguro de que a qualificação de recursos humanos na área era premissa básica para o desenvolvimento dos empreendimentos hoteleiros, possui larga vivência adquirida em vários países europeus, onde residiu durante sete anos e nos mais de 25 anos de vivência profissional. Seu trabalho sempre foi dedicados à condução de programas e projetos na área do turismo, especialmente aqueles voltados para a formação de recursos humanos para a hotelaria.
Formado em Economia pela Universidade de Fribourg, na Suíça, país onde residiu, completou 32 anos de dedicação e empenho na formação de recursos humanos para o mundo da hospitalidade.
É autor de diversas obras renomadas no setor, entre eles, Hospitalidade, lançado em 2005 pela Editora Saraiva; Gestão Hoteleira, em 2006, também pela Saraiva; A Inovação na Gestão das Organizações Prestadoras de Serviço, lançado em junho deste ano; Ô de Casa! Hospitalidade: Uma Vantagem Competitiva, recém lançado; além de Turismo, Análise e Organização; O Hotel como Empresa; Turismo e Marketing; Turismo, Atividade Marcante do Século XX; Cartilha Turística; Marketing Hoteleiro; Administração Hoteleira; e Excelência em Hotelaria.
Atuou no serviço público entre 1972 e 1974 como chefe do Núcleo de Estudos Econômicos da Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul. Nos quatro anos seguintes foi coordenador de Planejamento da Secretaria de Turismo gaúcha. Também foi por duas vezes secretário Municipal de Turismo de São Francisco de Paula (RS).
Em julho de 1978 deu início a primeira faculdade de hotelaria do país e iniciou suas atividades acadêmicas. Era sem dúvidas um projeto pioneiro e que na ocasião vinculou a uma universidade gaúcha para poder desenvolvê-lo. Durante quase 10 anos foi diretor da faculdade, quando então ousou e criou o Centro de Estudos Turísticos e Hoteleiros, em 1987, ofertando o curso de Administração Hoteleira. Em 2000, empreendeu mais uma vez e criou a Castelli Escola Superior de Hotelaria que oferecia o curso de graduação em Hotelaria. Ela representou um marco no ensino brasileiro por ser o primeiro curso superior em nível de bacharelado com duração de dois anos na área.
Três anos depois a Castelli ESH lançou o seu primeiro curso em nível de Pós-Graduação Lato Sensu: Gestão Hoteleira. Em 2004, inaugurou o Coquus Centro de Gastronomia, lançando mais dois novos cursos: Pós-Graduação Lato Sensu Gestão em Gastronomia; e, extensão Gestão em Cozinha. Em junho do mesmo ano, o curso de Graduação em Hotelaria, Bacharelado, foi reconhecido com nota máxima pelo Ministério da Educação. A partir de 2005, lançou outros cursos de Pós-Graduação Lato Sensu, como Gestão de Eventos, Hospitalidade em Serviços e Hospitalidade Hospitalar.
Além de tudo isso, ainda encontra tempo para escrever artigos para revistas especializadas em turismo e hotelaria e ministrar palestras em congressos e seminários sobre os dois temas os quais é apaixonado.
Na sua opinião, quais devem ser os principais focos na organização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil?
Nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil, como anfitrião que é, necessita primar em três plataformas de ofertas de bens e serviços. A primeira plataforma da oferta inclui os bens e serviços básicos. A segunda os bens e serviços esperados. E a terceira os bens e serviços surpreendentes. O Brasil foi contemplado com estes dois mega eventos que são disputados pela maior parte dos países do mundo, um verdadeiro sonho de consumo. Nosso país, quando da realização desses eventos, estará exposto em uma vitrine mundial. Toda essa exposição, ou visibilidade internacional, de grandes repercussões econômicas, sociais, ambientais, políticas e culturais para o país, exigirá da comunidade brasileira planejamento, organização, dedicação, transparência e competência para o atendimento das exigências, não somente daquelas previamente fixadas pelo Comitê Organizador, como também daquelas demandadas pelos turistas que virão nos visitar.
O senhor cita como a primeira plataforma da oferta, os bens e serviços básicos, como os classifica?
Essa primeira plataforma da oferta de bens e serviços engloba o conjunto de compromissos assumidos pelo país, sem os quais os eventos não seriam realizados. Trata-se da segurança, da construção de estádios, da logística de acessos, da disponibilidade de meios de hospedagem, da melhoria de aeroportos, da modernidade dos meios de comunicação, entre outros compromissos. Se isso não for feito, com competência, o país compromete a sua imagem no contexto internacional. Convenhamos, seria um grande fiasco.
E quando o senhor fala dos bens e serviços esperados, quais são eles?
Além dos preparativos básicos existe também a necessidade em disponibilizar a Aquarela do Brasil, ou seja, os atrativos turísticos que o país dispõe, não somente nas cidades-sedes e sub-sedes, como também em outras localidades do país. Atrativos naturais, históricos e culturais que o visitante deseja ver durante a sua estada no país, antes e durante a realização dos mega-eventos mencionados. Fica claro que depende, em grande parte, da capacidade mobilizadora de cada comunidade em colocar em evidencia o seu potencial turístico para despertar o interesse dos visitantes em acessá-los. Observou-se que algumas localidades se frustraram por não sediarem ou sub-sediarem, em especial, a Copa de 2014. Frustração, em alguns casos, compreensível e até justificável. Contudo, dependendo da ótica, é possível afirmar que nem todo o leite encontra-se derramado. Existem perspectivas na medida em que a comunidade procure, mesmo assim, dar maior visibilidade ao seu potencial turístico, valorizado com isso, também, a sua auto-estima e a sua capacidade de atração.
O senhor fala ainda do elemento surpresa como a terceira plataforma da oferta. O que significa surpreender o turista no ato de recebê-lo em nosso país?
O que mais o país poderia oferecer ao visitante, além de belos estádios, hotéis, aeroportos e atrativos turísticos? Existe algo mais? Sim, existe e trata-se de uma das singularidades e da tipicidade do poder de atração do país anfitrião, o Brasil. Trata-se da típica hospitalidade brasileira. A hospitalidade é um dos traços culturais na formação da identidade dos povos. No caso do povo brasileiro esse traço é singular. Chega a ser marcante. Por que não colocar em evidencia esse atributo nas interfaces com os visitantes? Na sociedade contemporânea, o viajante encontra-se ávido de experiências e vivencias singulares. A hospitalidade possui esse poder de atração. Portanto, o simples ver “coisas lindas”, já não é o suficiente, porém, há o desejo de vivenciar experiências humanas que tocam fundo a alma das pessoas. Em especial, essas experiências é que multiplicarão o desejo de regressar, influenciando outras pessoas a fazerem o mesmo. Experiências surpreendentes é que darão maior visibilidade ao país. Agora, pergunta-se, como oportunizar essas vivencias maravilhosas, disponibilizando bens e serviços capazes de encantar, de exultar e de emocionar os visitantes? Esse extraordinário objetivo requer, para a sua consecução um amplo programa de capacitação de recursos humanos para contemplar todas as organizações intervenientes na oferta dos serviços em questão. Nesse particular, cabe, não somente, oferecer a excelência dos procedimentos operacionais dos referidos serviços, como também fazê-los acompanhar de uma atitude hospitaleira. Esse agir hospitaleiro caracteriza o grande diferencial da oferta dos serviços, tornando-se, inclusive, num forte multiplicador de turistas, pós eventos.
Como resultado desta organização proposta pelo senhor, o que podemos esperar nestes mega eventos?
Essa hospitalidade gerará dois efeitos multiplicadores singulares para o país: mais atratividade e maior fidelização dos visitantes. Não são efeitos que todos os destinos turísticos almejam?
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